terça-feira, 4 de agosto de 2009

Madrugada fria




Foi aí que eu percebi que dói
e falta o ar, por mais que eu respire
Ainda que eu só tenha pensamentos repetitivos, a redundância me enloquece.
Não é o saber, ou saber o que seria ruim que me perturba
A dúvida, cruel incerteza, simplesmente
não entender a mim mesma, e ficar na dúvida
Isso sim é o que me destrói aos pouquinhos
E meus fragmentos vão escorrendo pelo vão da ampulheta
Pó, poeira brilhante
Sinto falta de mim, e percebi
que me perdi dentro da imensidão e ao mesmo tempo do minúsculo espaço que há em mim.
Quanto antagonismo!
Extremismos, pontos de interrogação.
Ah que o olhar me acalma, embora a textura que os lábios teriam me intriga.
Me tira o sono.
E foi aí que percebi, perdida em pensamentos, que não há saída do meu próprio labirinto
Minotauro escondido, onde não há heróis.
Salva-me da guerra, Teseu está morto
onde os príncipes não vem num cavalo branco
mas lutam com dragões.

2 comentários:

  1. Belo poema...principalmente pra ler num dia aziago como esse, no qual me encontro imerso no meu velho labirinto...

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  2. A vida é um labirinto repleto de seres mitológicos, cuja função é salvar ou matar.
    Nossa alma é um labirinto repleto de dúvidas, cuja função é nos orientar para a certeza da saída.
    Lindo seu poema e bela imagem, Dri. bjs

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