domingo, 26 de abril de 2009

Notas musicais...

Quisera eu ser poesia, música, vinho, vento...
Descreveria textos maravilhosos, ouviria as músicas mais belas
Avistaria as mais sublimes paisagens, desceria no mais fundo dos oceanos.
Amaria sem o medo da entrega, odiaria sem o receio da vingança
Talvez sorrisse mais, e risse com as crianças
Ou então chorasse, só por ver como um por do sol pode ser tão bonito.
Seria mais humana, menos fantasia
Quisera eu ser flor, céu, mar, tempo...
Passaria o dia, a noite, olhando o céu, as estrelas
Brincaria com as ondas na praia, com as folhas que caem
Seria as notas que saem do piano, violino, objetivas e suaves
Seria mais simples, talvez mais complexa
Quisera ser eu...
Quisera
eu
ser...

sábado, 18 de abril de 2009

Areias do deserto

O medo arde em meu peito, sou fraca, a raiva perdida levou embora a mulher destemida, sem pesos desmedidos, acometida pelo confuso sentimento de solidão. Na quase entrega, meu corpo dói, o peito explodindo em arcos difusos, os passos parados no meio, o tempo estacionado, mundo imutável de sensações, luzes, quaisquer direções.
A estrada já vazia, traz marcas no solo, pegadas apagadas de lembranças perdidas. Estou cansada, abatida, a espada pesada, armadura ferida.
Polarizando sentimentos, vazio, furor da tempestade, vento.
Estou perdida, e não sei se me acho.
De segurança, restou pensamento, menina assustada, criança atrevida, imatura, imaginação alada. Foge as rédeas, vagueia, cavalga livre, selvagem insano, e se perde mais uma vez, outras tantas mais.
Me falta a razão, que dissolve entre os dedos, voa leve com a brisa, separa em grãos, fragmentos que sobram, quem sabe volta a se unir, um dia perfeito.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Ondas


São muitas as moradas, sentimento que ondeia
vagueia livre pelo oceano transita mundos, planos
descobre que é infinito e imortal, se desmonta
remonta pequenas gotas, verdades, enganos
O que eu achava, enganada, enfim nao era
O que pensava, fingia, nao sinto ?
Se digo a verdade, é, nao digo
Mas digo a verdade então se minto?

terça-feira, 14 de abril de 2009

O voo do dragão


Olhos de dragão, inegável grandeza
que da sutileza, seu corpo não aprisiona
questiona
e não permaneçe no apático, momento estático

Voa, que tua alma é livre, e grandiosa
estrondosa melodia que ressoa
silenciosa
entre mundos, em átimos de sublimes segundos

Cruza os céus, incansáveis asas
casas, tantas moradas, a busca
procura
o tempo,a morada única é em ti , teu templo

Pousa os pés na terra que te ampara
garras, desenhando o traçado que impera, universo teu
esfera
parte que arde, complemento de teu céu, tua arte

Guerreira, limiar do absoluto expandido
escondido, o vórtice secular fragmentado
movimento
simples complexidade, traço contínuo, identidade

tua arte final
eternidade.


Pequena homenagem a Luciana Waack
grande alma, amiga, guerreira e companheira
de uma trajetória chamada eternidade.