quarta-feira, 17 de junho de 2009

de uma conversa...conexão

vc esta numa fase que vejo assim:
tem que romper uma coisa que esta te mantendo de asas atadas
vc tem que fazer uma força absurda pra abrir as asas
essa força é tudo aquilo que te causa mal estar
sao as situaçoes complicadas
como um dragaozinho tentando nascer
ele se ve sufocado
preso dentro de um ovo
que nao consegue quebrar
ele esta vivo
se ele ficar muito mais tempo ali dentro ele vai morrerr
entao ele começa a sufocar e perder as forças
e tudo parece uma droga
dificil e complicado
ate que ele reune as forças e consegue sair
e ver a luz da lua
pela primeira vez

segunda-feira, 15 de junho de 2009




Rapsódia de ruinas

Através ..., mundos que ve. Enxergar.... reflexo contrário, opostos de espectros
Observar em transparencias, o que esconder, o que buscar
Em oráculos o que aponta, no sagrado, proibido, o oculto
E tudo enxerga, as dores, paixões, desejos, repúdios
Em rapsódias compostas de paródias sutis
Catedrais erguidas, templos, castelos e ruinas
Enfim em tudo ver, sentir
Na insanidade do momento
Acreditar em batalha com o duvidar
Entre letras, e linhas, e vozes, e sons
No silencio gritante
em maioria
é que se ouvem
verdades.

domingo, 14 de junho de 2009

Passos e passado

No caminho que se estendia a frente a luz do sol era agora apenas uma linha tênue que ainda restava, e ela apenas fragmentos do que tinha deixado pra trás. Há poucas horas ainda estava com aqueles que eram importantes para ela, que significavam muito, mas agora, eram lembranças, e uma delas dolorosa. Dizer adeus para ele foi o mais difícil. Olhar naqueles olhos mais uma vez, talvez a última, onde seus sentimentos de raiva e amor se misturavam, sentir mais uma vez aquele cheiro tão familiar, ouvir aquela voz, que ela tanto gostava de ouvir e sentir vibrar, apenas de olhos fechados, mas a mágoa e o rancor se misturavam ao carinho e admiração. Ela partira, para nao destruir poucas coisas que restaram. Ela partira para nao deixar em pedaços aquilo que ela lutava para manter intacto. Há poucas horas, ela estava se arrumando meticulosamente. Vestia-se lentamente. Seu vestido lilás, seu favorito, e por cima o cinto de couro. Calçou as botas, sem pressa, ia trançando o cordão, lado a lado, como um trabalho artesanal único. Prendeu o punhal em seu tornozelo esquerdo. Nos cabelos soltos, pequenos adornos escuros,envelhecidos. Em sua bolsa, poucos pertençes.
Quando ela cruzou a porta, sabia que deixaria para trás uma parte de si, mas a outra parte que restaria ficaria inteira, e isso era o que importava. Levaria consigo a parte dela forte, guerreira e que não seria destruida nem massacrada. Ele estava sentado em uma pedra, próximo a uma velha árvore. Estava de olhos fechados, mas ele sabia que ela estava lá, parada, e que o observava. Quando ele abriu os olhos, seu olhar era distante, mas ainda assim profundo. Ele a encarou, e ela sabia que aquele olhar enxergava no fundo de sua alma, mas aquela seria a última vez. Ela o encarou. Seria a última vez. E foi.
O sol se pondo, fazia com que o ambiente se escurecesse lentamente, enquanto ela caminhava pela estrada de terra, deixando o vilarejo para trás. Sua irmã, que era sua única família, e ele, o guerreiro, que durante muito tempo caminhou ao lado dela. Estava acabado. Nada mais. E o olhar dele foi a única coisa que restou, junto com o carinho, e a mágoa. Sentimentos que se misturavam, em ebulição dentro dela, confusos, dolorosos.
E mais uma vez, enquanto escurece, seus pensamentos se prolongam, levados até o por do sol, do dia em que partiu, tendo em sua jornada a companhia constante da raiva e do amor.