domingo, 31 de janeiro de 2010

Nao lugar

Naquele espaço sem lugar, olhares se perdem

Onde malas se cruzam, caminhos sem fim

Os abraços se encaixam e despedidas ferem

Ver-te partir foi o partir de mim


Onde os passos apressados então não ecoam

Letreiros luminosos mutáveis em instantes,

Carregando em si sentimentos, que soam

De chegar e partir que se alteram, constantes


O caminhar apressado, em atraso, parte

E ao chegar mais perto então deixou

Que dor crescente, sufocante, pranto, arde

Foi dar-te aquele abraço, em que o silencio reinou


E naquele espaço só de passagem

Desgarrar então de ti, sair de teus braços, o tempo correu

Afrouxar enfim o tão apertado laço, seguir viagem

Em teu vôo que subia, foi meu chão que se perdeu.