segunda-feira, 16 de março de 2009

Dilacerar - Castigo-me... castigo-te...




Hoje me veio a fúria, tamanha a me castigar
Impossível, tentes, não há como dominar
Hoje eu cerro os dentes, cravo as unhas, arranco-te o coração
empunho a espada, corto o ar, cavalgo sem direção

Hoje as garras saltam-me as mãos
hoje não há pena, não há perdão
rasgo-te a pele, tua carne a dilacerar
meu ódio crescente, corto-te a garganta, sufoco teu ar

E num átimo, teu último suspiro respiro
Satisfeita, saio a caminhar
Não há som, não há resignação
só o silêncio, torpor e minha satisfação.

Quebro-te, parto-me, parto-te, parto eu
Viro o rosto, as costas, a sombra, o ser
Hoje sou absoluta, reino eu, o que foi teu
Parto, com meu retrato rasgado, retalhos, reter.

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